Dubai, Emirados Árabes Unidos – Neste domingo (10), o paratleta brasileiro Daniel Tavares Martins conquistou o tricampeonato mundial nos 400m T 20 (deficiência intelectual). Ele cruzou a linha de chegada em 47s62, estabelecendo um novo recorde do campeonato na prova.
O tempo é quatro centésimos mais rápido do que obtido por ele em 2017, em Londres, até então o recorde da competição. Ele também triunfou em 2015.
“Consegui acertar a saída. Errei na eliminatória ontem [sábado]. Não estava 100% preparado. Eu planejo cada ciclo como escada. O degrau mais alto são os Jogos de Tóquio e já garanti a vaga. Agora, vou aproveitar e amanhã venho assistir aos amigos”, comentou Daniel.
Diagnosticado com deficiência inctelectual ainda criança, Daniel começou a praticar o atletismo em 2013, quando tinha 17 anos. Ele estreou em competições internacionais dois anos depois, no Mundial de Doha, em 2015, onde faturou o ouro nos 400m. Foi campeão na Rio 2016 e repetiu o resultado no Mundial seguinte, em Londres.
Na prova feminina da mesma distância na classe T 11 (deficiente visual), Thalita Simplício da Silva ajudou a aumentar a conta ao bater a chinesa Cuiqing Liu e conquistar seu primeiro título mundial, com a marca de 56s85. O bronze ficou com a tailandesa Suneeporn Tanomwong (1m00s69). A brasileira Jhulia Karol dos Santos terminou em quarto.
Thalita nasceu com glaucoma. Aos 12 anos, ficou totalmente cega. Ela, que também já praticou natação, karatê e goalball, começou no atletismo aos 15 em um projeto do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
O Brasil chegou a seis ouros no evento e ocupa a vice-liderança no quadro geral, com dez medalhas no total. A China permanece na liderança, com nove ouros, dez pratas e cinco bronzes e soma 24 pódios.
A competição continua nesta segunda-feira, quando o campeão paralímpico e recordista mundial do lançamento de disco da classe F56, Claudiney Batista, volta a participar de um Mundial, após ficar de fora de Londres-2017.