A partir de 2030, as Olimpíadas poderão acontecer em vários países, segundo as mudanças aprovadas pelo COI
O Comitê Olímpico Internacional (COI) votou hoje, 26 de junho, mudanças radicais em como e quando os anfitriões olímpicos são escolhidos. A entidade quer evitar as manchetes negativas que surgem após a realização do evento, como dívidas, elefantes brancos e crise econômica.
Após a desistência de cinco candidatas na corrida olímpica dos Jogos de inverno de 2026, o COI concordou que os futuros licitantes precisar ganhar um referendo antes de submeterem suas propostas.
“Não podemos continuar nos prejudicando como fomos no passado”, afirmou o membro do COI John Coates, apresentando algumas reformas já testadas nas concorrentes da Olimpíada de 2026.
Na última segunda-feira, 24, Milão-Cortina, na Itália, venceu Estocolmo-Are, na Suécia, em um processo marcado por falta de apoio popular e político.
Os futuros licitantes olímpicos serão obrigados a usar instalações e infraestruturas existentes e temporárias, ao mesmo tempo que serão evitados projetos de construção dispendiosos.
Um novo e flexível calendário de campanha encerrará a regra da Carta Olímpica que exige que os anfitriões sejam votados sete anos antes dos Jogos de Verão ou de Inverno. Essa regra já havia sido dispensada em 2017, permitindo que Los Angeles fosse escolhida 11 anos antes dos Jogos Olímpicos de 2028.
Pode até não haver uma eleição.
Uma parte fundamental do novo processo é a criação de novos painéis olímpicos – um para os Jogos de Verão e de Inverno – que recomendarão um ou mais candidatos para uma eleição.
Ele está em sintonia com o desejo do presidente do COI, Thomas Bach, de evitar “muitos perdedores” – uma frase ouvida pela primeira vez antes da corrida de 2024. Paris ganhou os Jogos de 2024, enquanto Los Angeles ganhou 2028.
Os novos painéis terão o poder de ter um “diálogo contínuo e permanente” com os possíveis licitantes e abordarão proativamente os anfitriões preferidos.
A proposta de reforma às licitações seguiu a eleição de Bach, em setembro de 2013, e depois dos gastos de US$ 51 bilhões da Rússia em instalações, infraestrutura e derrapagens orçamentárias nas Olimpíadas de Sóchi em 2014.
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