Apesar de denúncias e protestos, China e COI reforçam compromisso com Pequim 2022

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Pequim, China – A China organizará os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 de acordo com o cronograma, apesar das dificuldades causadas pela pandemia do coronavírus, disse o presidente Xi Jinping, hoje (25), após uma conversa com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.

“Acredito que, com o apoio de todas as partes interessadas, nosso país organizará os Jogos de acordo com o cronograma”.

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A assessoria do COI disse no início do dia que o líder chinês e o presidente da entidade “conversaram por telefone e discutiram os preparativos para os Jogos de Pequim 2022.”

“Bach parabenizou Xi pelo fato de que sua ambição de tornar 300 milhões de chineses envolvidos com os esportes de inverno por meio dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos já está se tornando realidade”, diz o comunicado.

“Com isso, os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022 transformarão o cenário global dos esportes de inverno.”

“Os dois também discutiram a cooperação entre o COI e as autoridades chinesas em questões de saúde e medidas já tomadas para garantir a segurança dos Jogos”.

Pequim foi eleita a sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 durante a 128ª sessão do COI, em Kuala Lumpur, em 31 de julho de 2015, tornando-se a primeira cidade a sediar uma Olimpíada de verão e inverno.

Naquela ocasião, o país se comprometeu em respeitar os direitos humanos e permitir relatórios irrestritos, assim como manifestações e protestos – o que, segundo denúncias de ONGs e entidades internacionais, não tem sido respeitado.

Uma coalizão que representa minorias étnicas na China acusou o COI de ignorar os abusos generalizados de direitos humanos durante a preparação dos eventos.

Grupos de direitos humanos, que falam pelos tibetanos, uigures e outros representantes de Hong Kong, enviaram uma carta aos dirigentes do COI.

A carta diz que o COI “fez vista grossa às violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos cometidas pelas autoridades chinesas”.

A imprensa internacional divulgou que a China encarcerou mais de 1 milhão de uigures, um grupo étnico predominantemente muçulmano, em Xinjiang. A China, que inicialmente negou a existência dos campos, agora diz que são centros de “treinamento” e “educação”.

Trabalho compulsório, tortura, esterilização forçada e aborto estão sendo amplamente relatados em Xinjiang.

“A história nos mostra que o COI decidiu continuar com a pseudoneutralidade política para justificar sua inação em relação às violações dos direitos humanos na China”, dizia a carta.

“Esta ignorância intencional é vergonhosa e falha em valorizar as experiências pessoais de todos nós que lutamos sob este regime repressivo.”

O COI disse repetidamente que organiza um evento esportivo e não é responsável pelas políticas internas do país anfitrião.

A partir das Olimpíadas de 2024, em Paris, as cidades terão que aderir aos Princípios Orientadores das Nações Unidas sobre Negócios e Direitos Humanos.

A Olimpíada começa em 4 de fevereiro de 2022.

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Gabriel Lima
Gabriel Lima
Gabriel Lima é jornalista, formado pela Universidade Federal do Pará. Já participou da cobertura dos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires, 2018. Na ocasião, esteve responsável pelas notícias e atualizações da ginástica artística.

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