Presidente da FIS, Gian-Franco Kasper falou sobre a escolha de Pequim como sede das Olimpíadas de 2022 e sustentabilidade do evento
O presidente da Federação Internacional de Esquí (FIS), Gian-Franco Kasper, afirmou, na segunda-feira (4), durante entrevista ao jornal suíço Tages Anzeiger, que “tudo é mais fácil nas ditaduras”, em referência à escolha de Pequim como sede dos próximos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2022.
“Os ditadores podem organizar eventos como esse sem pedir permissão às pessoas”, disse o membro honorário do Comitê Olímpico Internacional (COI) de 75 anos. “Tudo é mais fácil nas ditaduras”, completou.
Pequim, sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2008, derrotou a candidatura de Almaty, Cazaquistão, e conquistou o direito de sediar a edição de 2022 dos Jogos de Inverno, tornando-se a primeria cidade a hospedar os dois eventos.
Kasper também comentou sobre o futuro dos Jogos Olímpicos e afirmou que “atualmente, é muito difícil encontrar cidades que queiram realizar o evento. É muito caro!”.
Abaixo, os trechos mais importantes da entrevista, referentes aos Jogos Olímpicos:
Haverá outra Olimpíada na Suíça?
– Eu não acredito mais nisso. É quase impossível você vencer um referendo para isso na Europa.
Se você não fosse o presidente da FIS, você acharia que as Olimpíadas são uma boa ideia?
– Claramente. O interesse pelo esporte está aumentando, as Olimpíadas oferecem entretenimento. Os sentimentos de alegria, tristeza e patriotismo tornam os jogos únicos.
Então, você acredita que as pessoas na Europa se tornaram mais racionais, razão pela qual o COI precisa recorrer a estes países?
– Ditaduras podem realizar tais eventos sem pedir permissão às pessoas.
E você aceita isso?
– O que você quer dizer com isso?
A censura, a violação dos direitos humanos, você não se importa com isso?
– É mais fácil para nós nas ditaduras. Pensando pelo lado comercial, eu digo: eu prefiro as ditaduras, não quero ter que discutir com ambientalistas.
A entrevista completa encontra-se no site do jornal Tages Anzeiger.