Caster Semenya publicou um comunicado no qual denuncia prática abusiva da Federação Internacional de Atletismo
O empasse entre a corredora sul-africana Caster Semenya e a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) não parece ter um fim. A bicampeã olímpica dos 800 metros acusou, nesta terça-feira, a IAAF de tê-la usado como um “rato de laboratório”.
Em comunicado oficial divulgado através de seus agentes, a atleta acusa a entidade máxima do atletismo de tê-la utilizado em um tratamento hormonal destinado a reduzir os níveis de testosterona em atletas com hiperandrogenismo.
“No passado, a IAAF me usou como um rato de laboratório para observar como o tratamento que eles queriam que eu fizesse diminuiria o meu nível de testosterona”, denunciou a atleta da África do Sul, campeã olímpica em Londres e no Rio , em 2012 e 2016, respectivamente.
Semenya acrescentou que apesar de “o tratamento hormonal ter feito se sentir constantemente doente, a IAAF quer agora impô-lo a um nível mais elevado, sem conhecer os efeitos colaterais. Não vou permitir que a IAAF use a mim e ao meu corpo novamente”.
Histórico
Em abril do ano passado, a IAAF elaborou uma nova regra que determina que atletas com “diferenças de desenvolvimento sexual”, as DSD, devem reduzir a taxa de testosterona para participar de provas oficiais de até 1.500m. A entidade alega que as taxas de testosterona influenciam em corridas de longas distâncias, por aumentar a exploração muscular. Semenya possui hiperandrogenismo, condição caracterizada pela produção excessiva de testosterona.