Caster Semenya apela à Suprema Corte Federal da Suíça

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“A IAAF não me drogará nem me impedirá de ser quem eu sou”, disse Caster Semenya, nesta quarta-feira (29), em comunicado

Caster Semenya, bicampeã olímpica dos 800m, entrou com um recurso na Suprema Corte Federal da Suíça, em resposta à perda do caso contra a restrição dos níveis de testosterona em corredoras do sexo feminino, impostas pela Federação Internacional do Atletismo, IAAF, no início de maio.

A corredora, campeã olímpica em Londres 2012 e na Rio 2016, disse que “é uma mulher e atleta de classe mundial.” E acrescentou: “A IAAF não me drogará nem me impedirá de ser quem eu sou.”

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Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (29), Semenya pedirá ao tribunal suíço “que anule a decisão do CAS (Corte Arbitral do Esporte) em sua totalidade” e disse que o foco do apelo são os “direitos humanos fundamentais”.

Dorothee Schramm, que lidera o apelo de Semenya, afirmou: “Os regulamentos da IAAF violam os princípios fundamentais da política pública suíça. Na corrida por justiça, os direitos humanos devem estar acima dos interesses esportivos”.

Semenya – e outras atletas com diferenças de desenvolvimento sexual (DSD) – devem tomar medicação para competir em eventos de pista de 400m para a milha, ou mudar para outra distância.

“Por uma década a IAAF tentou me atrasar, mas isso realmente me fortaleceu. A decisão da CAS não me impedirá”, disse Semenya, depois de perder seu apelo inicial no início de maio.

“Mais uma vez, vou superar e continuar a inspirar jovens mulheres e atletas na África do Sul e em todo o mundo”.

O CAS afirmou que a regra para atletas com DSD são discriminatórias, mas “necessária, razoável e proporcional” para proteger “a integridade do atletismo feminino”.

A decisão do CAS

Após meses de discussão, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) publicou a decisão no caso Caster Semenya versus Federação Internacional de Atletismo (IAAF). A entidade deu parecer favorável à IAAF e a corredora sul-africana, bicampeã olímpica e tricampeã mundial, não poderá correr internacionalmente. Decisão é em última instância.

Se ela quiser seguir competindo nas provas de 800m, sua especialidade, terá que tomar remédios para reduzir sua testosterona. Na semana passada, venceu o campeonato sul-africano na distância dos 5.000m. Nesta categoria, ela não precisaria baixar suas taxas de testosterona para seguir competindo.

Caster Semenya perde apelação e é banida do esporte

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Gabriel Lima
Gabriel Lima
Gabriel Lima é jornalista, formado pela Universidade Federal do Pará. Já participou da cobertura dos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires, 2018. Na ocasião, esteve responsável pelas notícias e atualizações da ginástica artística.

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