A IAAF quer aplicar em atletas com hiperandrogenismo novas normas para provas de distâncias entre 400 metros e 1.500 metros
A Corte Arbitral do Esporte (CAS) deve anunciar na próxima quarta-feira (1º) a decisão sobre o embate entre a atleta sul-africana Caster Semenya e a Federação Internacional do Atletismo (IAAF) em caso polêmico sobre limites de testosterona natural em algumas competidoras.
Bicampeã olímpica dos 800 metros, Semenya apelou junto ao CAS contra as regras que a entidade máxima do atletismo quer impor para reduzir os altos níveis de testosterona em atletas com hiperandrogenismo, através de medicação ou cirurgia, em provas a partir dos 400 metros e até uma milha.
Inicialmente, o tribunal, com sede em Lausanne, na Suíça, havia previsto tornar pública a sentença do caso no fim de março, seis meses antes do Campeonato Mundial de Atletismo, que acontecerá a partir de 28 de setembro, em Doha, no Catar. A entidade, no entanto, adiou o fim do processo, alegando que as partes apresentaram novas alegações.
Semenya, campeã olímpica dos 800 metros em Londres 2012 e Rio 2016, é uma das corredoras com hiperandrogenismo mais conhecidas, por isso, alega que as mudanças da IAAF foram projetadas contra ela e outras na mesma situação, que precisariam se medicar para competir.
No mês passado, a russa Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica do salto com vara, afirmou que mulheres com hiperandrogenismo têm “desvantagem colossal”, enquanto “meninas com baixo nível de testosterona têm chances mínimas de ganhar.”
Yelena Isinbayeva comenta polêmica entre IAAF e Caster Semenya