Suspensa desde 2015 por envolvimento no doping sistemático patrocinado pelo governo russo, a Araf (Federação de Atletismo da Rússia) já deveria ter sido restabelecida pela Iaaf (Federação Internacional de Atletismo). Pelo menos, é o que acredita a bicampeã olímpica russa do salto com vara Yelena Isinbayeva.
Isinbayeva, ouro em Atenas 2004 e Pequim 2008, afirmou, durante entrevista ao jornal estatal Tass, que todos os “critérios estabelecidos pela entidade internacional foram cumpridos” e que ela e, todos no país, “está ansiosa pelo Conselho da Iaaf e pelo resultado positivo para a federação de atletismo da Rússia”.
A questão russa será discutida no congresso da Iaaf, poucos dias antes da abertura do Mundial de atletismo, em Doha, entre 27 de setembro e 6 de outubro. A Rússia está suspensa desde novembro de 2015, após publicação de relatório que dava conta do envolvimento de dirigentes esportivos e agentes do governo russo em um esquema sistemático de doping.
O atletismo russo foi banido dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e, desde então, luta para ter seu status de volta. Os atletas daquele país que desejam competir em eventos oficiais precisam competir sob a bandeira olímpica.
Em março deste ano, a Iaaf negou pela décima vez o restabelecimento da Rússia e manteve a suspensão do país. A entidade cobra compensação financeira pelas investigações e os dados do laboratório de Moscou, que à época ainda não haviam sido entregues pelo país.
“As questões logísticas sustentam uma compensação financeira, além dos custos da força-tarefa e os gastos legais, nos casos que a Rússia levou aos tribunais”, disse Rune Andersen, presidente da força-tarefa da Iaaf na Rússia. “Além disso, a Iaaf ainda não recebeu os dados das amostras do laboratório de Moscou, que ainda estão sendo analisados pela Wada (Agência Mundial Antidoping)”.