Teerão, Irã – Kimia Alizadeh, única mulher medalhista olímpica do Irã, anunciou que está deixando permanentemente o país. O comunicado foi feito por meio de um post publicado em seu Instagram no último domingo (12).
A atleta cita a opressão das mulheres no país, incluindo ela, como a principal razão de sua deserção à Europa. Alizadeh conquistou o bronze na categoria até 57 kg no taekwondo nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. No ano seguinte, ela faturou a prata no Mundial de Muju, na Coreia do Sul.
Alizadeh não especificou em sua postagem no Instagram onde está ou quais são os seus planos futuros, embora tenha dito que suas únicas preocupações no momento são o taekwondo, sua segurança e uma vida saudável e feliz.
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“Sou uma das milhões de mulheres oprimidas e usadas pelo Irã”, escreveu a jovem de 21 anos. “Eles me levavam para onde queriam. O que quer que eles dissessem, eu usava. Cada frase que eles diziam, eu repetia”.
Ela também acusa o governo do país se usar seu sucesso esportivo para promover suas práticas políticas: “Eles dizem que minhas medalhas são parte de sua administração e tato”.
A confirmação de sua partida ocorre um dia após os protestos de sábado no Irã, após o governo reconhecer que acidentalmente abateu um avião de passageiros ucraniano que decolou de Teerã, matando 176 pessoas.
“Meu espírito conturbado não se encaixa nos seus canais econômicos sujos e em seus lobbies políticos”, escreveu ela. “Nenhum de nós importa para eles”, finalizou Kimia Alizadeh.