Lausanne, Suíça – Diante da proximidade das Olimpíadas de Inverno, em fevereiro, em Pequim, crescem os protestos por supostos abusos contra os direitos humanos na China. John Coates, vice-presidente do COI, porém, afirma que pressionar o país asiático por conta das acusações não é competência do COI.
“Temos que respeitar a soberania dos países que hospedam os Jogos. A missão do COI é garantir que não haja abusos dos direitos humanos na condução dos Jogos nos Comitês Olímpicos Nacionais ou no Movimento Olímpico. Não podemos entrar em um país e dizer a eles o que fazer. Tudo o que podemos fazer é conceder as Olimpíadas a um país, nas condições estabelecidas em um contrato anfitrião, e então garantir que sejam cumpridas”, disse o dirigente australiano.
Durante toda a preparação para os Jogos de Pequim, a China foi acusada de abusos contra direitos humanos. Houve uma série de apelos para que as Olimpíadas fossem transferidas de local, além de ameaças de boicotes de países como os Estados Unidos.
O COI tem sido criticado por uma série de entidades defensoras dos direitos humanos por supostamente ignorar abusos cometidos no país. Em uma carta enviada ao COI, uma coalização de mais de 180 grupos afirmou que o comitê “fez vista grossa às violações generalizadas e sistemáticas dos direitos humanos cometidas pelas autoridades chinesas”.
Nos últimos anos, a China foi acusada de manter mais de um milhão de uigures, grupo de origem turcomena e predominantemente muçulmano, presos na região de Xinjiang. O governo chinês, a princípio, negou. Recentemente, porém, passou a dizer que eles estão em centros de treinamento e educação. Defensores de direitos humanos, porém, afirmam que os uigures sofrem com trabalho forçado, tortura, esterilização forçada e aborto. As acusações alegam um genocídio cultural e uma limpeza étnica por parte do governo chinês.
O tema foi discutido, inclusive, na campanha de Joe Biden à presidência dos Estados Unidos. Durante o processo eleitoral, chegou a dizer que o tratamento equivalia a um genocídio.