Membro do COI, Alexander Popov teria recebido US$ 2 milhões para escolher a cidade brasileira como a sede dos Jogos de 2016
Campeão olímpico e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), o russo Alexander Popov teria recebido US$ 2 milhões de dólares (cerca de R$ 7,5 milhões) para votar na cidade do Rio de Janeiro como a sede das Olimpíadas de 2016, segundo o ex-governador Sérgio Cabral.
Em depoimento ao juíz federal Marcelo Bretas, responsável pelas investigações da Lava Jato no estado do Rio de Janeiro, Cabral admitiu a compra de votos e afirmou ainda que atuou diretamente nas negociações.
Ainda segundo o ex-governador, que está preso desde novembro de 2016 pela Operação Lava Jato, nove dos 95 delegados votantes foram comprados por US$ 2 milhões. Os pagamentos foram feitos em 2008 ao então presidente da da Federação Internacional de Atletismo, Lamine Diack, responsável por repassar o dinheiro aos membros comprados.
Além de Popov, o ex-saltador com vara Serguei Bubka, campeão olímpico em 1988 pela União Soviética, também teria participado do esquema.
A eleição da cidade-sede dos Jogos de 2016 foi realizada em 2 de outubro de 2009, em Copenhage, na Dinamarca. Na ocasião, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil à época, Carlos Arthur Nuzman, preso em 2017, e o ex-presidente do Brasil, Luis Inácio da Silva, acusado por Cabral de saber das negociatas, lideraram a campanha brasileira.