Preso na última sexta-feira (25), em Miami, nos Estados Unidos, o empresário Arthur Soares de Menezes Filho confirmou o esquema de compra de votos de membros do COI (Comitê Olímpico Internacional) na escolha do Rio de Janeiro como a sede da Olimpíada de 2016.
Segundo informações do Globo Esporte, o Rei Arthur, como é conhecido, firmou acordo de delação premiada com o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) para, inclusive, evitar a deportação de volta para o Brasil.
Arthur Soares foi peça fundamental no esquema criminoso. Por meio da Matlock Capital Groud, holding nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal, com a qual o empresário tem ligação, transferiu US$ 2 milhões para a conta de Papa Diack, filho do então presidente da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf), Lamine Diack.
Outros US$ 10,4 milhões foram transferidos para Cabral via doleiro Renato Chebar, na conta do EVG Bank. Esta transação foi comprovada por documentos fornecidos pelas autoridades de Antigua e Barbuda, e pelo gestor do banco Enrico Machado, doleiro e colaborador da Calicute.
As transações aconteceram três dias antes da votação para definir a sede dos jogos de 2016, no dia 29 de setembro de 2009. Arthur Soares de Menezes Filho é proprietário de uma das principais empresas que prestavam serviço ao governo do estado do Rio de Janeiro durante a gestão Sérgio Cabral, a Facility.
O caso
Em julho deste ano, o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, admitiu em depoimento ao juiz Marcelo Bretas, responsável pelas investigações da Lava Jato no RJ, a compra de votos e afirmou ainda que atuou diretamente nas negociações.