Tóquio, Japão – A questão econômica é, talvez, o principal entrave para o COI (Comitê Olímpico Internacional) e as autoridades do Japão anunciarem um adiamento para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio. Especialistas dizem que postergar o evento pode causar um rombo sem precedentes na economia do país-sede.
As estimativas apontam que os custos da prorrogação devem girar em torno de 640 a 670 bilhões de ienes (29,5 bilhões a 31,1 bilhões de reais).
Depois de tanto relutar, o COI reconheceu que estuda adiar a competição devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já matou mais de 13 mil pessoas no mundo. O primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, que até o começo do mês demonstrava otimismo sobre a realização do evento no período previsto, também admitiu que “os Jogos não podem ser realizados nas circunstâncias atuais”.
Para Katsuhiro Miyamoto, professor de economia da Universidade de Kansai, em Osaka, o adiamento custaria de 640,8 bilhões de ienes. O cancelamento, por sua vez, custaria ao país cerca de 4,5 trilhões de ienes, embora o COI e Abe tenham dito que isso não é uma possibilidade.
Junichi Makino, economista-chefe da SMBC Nikko Securities, acredita que as cifras são um pouco maiores. Em entrevista ao Nikkei Business Daily, ele disse que um possível adiamento custaria 670 bilhões de ienes e que o cancelamento consumiria 7,8 trilhões de ienes do produto interno bruto do Japão.
A Olimpíada de Tóquio estão programadas para ocorrer de 24 de julho a 9 de agosto e os Jogos Paraolímpicos de 25 de agosto a 6 de setembro.