Seleção fecha continental com título por equipes e 15 medalhas no individual, sendo quatro ouros, oito pratas e três bronzes
Em final digna do tamanho de Brasil e Cuba, o maior clássico do judô americano terminou com vitória emocionante do Brasil por quatro a três na decisão do Pan-Americano por equipes mistas, com direito a luta extra de desempate. A caçula da equipe brasileira, Beatriz Souza, 20, se agigantou diante da campeã olímpica Idalys Ortiz e venceu a cubana duas vezes para garantir o ouro da seleção brasileira. Além dela, Maria Portela (70kg) e Rafael Silva “Baby” (+90kg) também venceram seus combates na tarde deste domingo, 28, em Lima, Peru.
Nas semifinais, o Brasil passou pelo México sem maiores dificuldades, vencendo os quatro primeiros combates seguidos por ippon. Do outro lado, Cuba venceu o Peru pelo mesmo placar e confirmou a final esperada com o Brasil.
Na decisão, os cubanos começaram melhores, com vitória de Magdiel Estrada sobre David Lima. O brasileiro chegou a forçar duas punições ao cubano, mas sofreu um waza-ari no golden score.
Na segunda luta, Cuba apostou na meio-médio Maylin Del Toro Carvajal (63kg) para enfrentar Maria Portela no peso médio (70kg) e a brasileira se impôs com um ippon para empatar o confronto.
Na terceira luta, Rafael Macedo (90kg) encarou Ivan Felipe Silva Morales, que conseguiu a projeção para recolocar Cuba à frente no placar. Dois a um.
O empate brasileiro veio com Beatriz Souza, que derrotou Idalys Ortiz nas punições, impondo maior volume de ataque e tirando a adversária da área de competição. Dois a dois.
Rafael Silva “Baby”, também nas punições, venceu Andy Granda e fez o terceiro ponto brasileiro. Três a dois e a decisão ia ficando para a última luta, entre Rafaela Silva e Anaylis Dorvigny.
Em combate acirrado nas disputas por pegadas, Rafaela acabou levando uma punição disciplinar e foi desclassificada da luta.
Com o empate em três a três no placar, foi preciso sortear uma categoria para fazer a luta extra de desempate. Neste confronto, vence quem marca a primeira pontuação, como no golden score. E o peso sorteado foi o pesado feminino.
Bia retornou, então, ao tatame para encarar Ortiz mais uma vez e, como na primeira, derrotou a cubana nas punições, forçando três shidos à adversária. Vitória e mais um título pan-americano para a equipe brasileira.
Ao final do combate, Bia explicou que havia sentido o polegar da mão direita na disputa pelo bronze com Nina Cutro-Kelly, no sábado, mas não se deixou abater e foi na superação para a disputa por equipes. O esforço foi recompensado com a medalha de ouro.
“Machuquei a mão no individual ontem e hoje eu sabia que ia ser na superação. E foi duas vezes na superação. Mas, eu faria tudo de novo, sentiria toda essa dor de novo para trazer essa medalha para a gente. Trazer esse título para o Brasil maravilhoso. É uma sensação que eu quero ter sempre”, festejou a brasileira ao final.