Nesta quarta-feira (18), a Federação Internacional de Judô (IJF) anunciou a suspensão provisória do Irã de todo e qualquer evento internacional promovido pela entidade máxima da modalidade. A decisão foi tomada após o país orientar seus atletas a desistirem de lutas que pudessem resultar em confrontos contra atletas de Israel.
“Esses fatos e ações estão em total contradição com o conteúdo da carta enviada à IJF sob a assinatura de Reza Salehi Amiri, presidente Comitê Olímpico do Irã, e Arash Miresmaeili, presidente da Federação de Judô do Irã, que confirma categoricamente que o país respeitará plenamente a Carta Olímpica e seu princípio de não discriminação”, justifica a IJF em comunicado.
A sanção entra em vigor a partir desta quarta, mesmo que a medida não seja definitiva. Para além, a IJF informa que a decisão está sujeita a recurso junto ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).
Entenda o caso
Mollaei foi o campeão mundial de 2018 e defendia seu título, e o israelense Sagi Muki era seu maior rival em busca da medalha de ouro no campeonato de 2019. Só havia um problema: o Irã tem uma política de boicote em competições esportivas contra atletas de Israel, mesmo que isso signifique que um esportista precise abandonar um torneio ou treinar por nada.
O judoca disse à agência Associated Press que recebeu ordens de perder uma luta preliminar diante de um rival da Rússia para encobrir seu abandono ao Mundial. Quando ele se recusou a fazer isso e venceu, recebeu mais ligações em tom de ameaça por parte de oficiais. No fim das contas, Mollaei não chegou à final, perdeu a medalha de bronze e não pôde enfrentar Muki, que levou o ouro e se tornou o mais novo campeão mundial.