Depois de anos fingindo lesões e derrotas, a fim de evitar confrontos com atletas israelenses, os judocas e a Federação de Judõ do Irã concordaram com a Carta Olímpica, a Federação Internacional de Judô (IJF) e seus princípios de não discriminação. Mas quase nada mudou.
Nesta semana, a federação iraniana anunciou que seus atletas não participarão do Mundial de judô, marcado para os dias 25 de agosto e 1º de setembro e 2019 em Tóquio, no Japão.
Entre os atletas que não estarão competindo na capital japonesa está Saeid Mollaei, campeão mundial na última edição na categoria até 81 kg.
Em fevereiro deste ano, no Grand Slam de Paris, Mollaei simulou uma lesão para não enfrentar o israelense Sagi Muki na próxima rodada, o que acabou com sua chance de conquistar o ouro. Ele se recuperou e ganhou a medalha de bronze, mas fingiu outra lesão para evitar ficar no pódio com o israelense.
A política esportiva do Irã é um desdobramento da recusa oficial do país em reconhecer Israel. Seus líderes rotineiramente encorajam o fim do estado judeu e os países são considerados inimigos.