Bucareste, Romênia – A romena Simona Halep, número 2 do mundo, é mais uma profissional do tênis a acreditar que a pausa no circuito profissional será ainda mais longa do que a prevista. Após o cancelamento de Wimbledon e de toda a temporada de grama por conta da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, as competições estão marcadas para voltar no dia 13 de julho. Mas Halep acredita que até mesmo o US Open já corre risco.
“Na minha opinião, essa pausa vai ser mais longa e não vamos voltar em julho. Esperamos jogar o US Open, mas não temos certeza, porque agora Nova York está sofrendo com isso”, disse Halep, em entrevista ao Eurosport. “Eu não sei exatamente como vai ser depois de tantos meses sem os torneios. Nunca estivemos nessa situação, então acho que será algo novo para todo mundo. E, certamente, eu vou sofrer para voltar a ter ritmo de jogo”.
A opinião da romena é respaldada pelo fato de Nova York ser um dos epicentros da doença nos Estados Unidos. Números da última sexta-feira mostram que a cidade já registra mais de 57 mil casos. Em todo o estado de Nova York, são mais de 102 mil casos e um total de 2.935 mortes. O complexo Billie Jean King, onde é disputado o Grand Slam norte-americano está se transformando em um hospital de campanha e o Louis Armstrong Stadium, segunda maior quadra do torneio, irá receber um grande centro de distribuição de alimentos.
What's it like being the defending @Wimbledon champion at this time? @Simona_Halep chats with @TheBorisBecker, Mats Wilander and Tommy Haas!
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— Eurosport UK (@Eurosport_UK) April 4, 2020
Halep já não disputaria o Premier de Indian Wells, primeiro grande torneio do circuito a ser cancelado, por conta de uma lesão no pé, mas falou sobre como recebeu a notícia da paralisação das competições. “Eu já não jogaria em Indian Wells, porque estava lesionada, mas ainda assim fiquei triste quando ouvi que tudo havia sido cancelado por causa dessa situação”.
“Sinto falta do circuito, das jogadoras e de todas as pessoas envolvidas nos torneios, mas tem uma coisa positiva. Estou em casa desde fevereiro e acho que nunca fiquei tanto tempo assim em casa nos últimos anos. E é uma vida completamente diferente! Então eu tenho que tentar aproveitar isso”, acrescentou a jogadora de 28 anos.
“Eu estava me preparando até uma semana antes de eles cancelarem tudo. Então, eu me auto-isolei, porque eu estava um pouco assustada com o vírus, por tudo o que eu ouvi da China e de outros países. É um momento muito difícil para todo mundo, porque nós não podemos sair de casa, mas temos que aceitar e pensar positivo, porque isso é a coisa mais importante nesses dias”, complementou Halep, que este ano já ganhou um torneio em Dubai.
A experiente jogadora está morando dentro de um complexo esportivo em Bucareste. Dessa forma, consegue fazer algumas atividades físicas dentro do condomínio, mas não sai do complexo há mais de três semanas.
“Estou há 22 dias em casa e não saio. Tento me manter em segurança porque estou um pouco assustada com isso. Estou acordando às 10h ou 11h da manhã (risos). É muito bom poder dormir bastante, sem despertador e sem agenda. Então, tomo um café-da-manhã e então eu faço uma pequena corrida aqui no complexo, porque temos autorização para isso. E, dentro de casa, faço outros exercícios. Estou trabalhando todos os dias”